POLÍTICA – A federação partidária formada por PP e União Brasil anunciou nesta terça-feira (2) que todos os seus filiados deverão deixar os cargos que ocupam no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão, que representa um significativo abalo na base de sustentação do governo, foi tomada após reunião entre as lideranças partidárias.
O anúncio foi feito conjuntamente pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). A decisão foi tomada após conversas diretas com os ministros do Turismo, Celso Sabino (União-PA), e do Esporte, André Fufuca (PP-MA), que deverão deixar seus cargos imediatamente.
Em comunicado oficial intitulado “Comunicado da Federação União Progressista”, as legendas determinaram que “todos os detentores de mandato devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal”. O texto estabelece ainda que, em caso de descumprimento da determinação, “haverá o afastamento em ato contínuo” dos dirigentes estaduais da federação, com adoção de “punições disciplinares previstas no Estatuto”.
A justificativa apresentada pelas lideranças partidárias afirma que “esta decisão representa um gesto de clareza e de coerência. É isso que o povo brasileiro e os eleitores exigem de seus representantes”.
O rompimento formal representa um significativo revés para o governo Lula, que perde parte de sua base de sustentação no Congresso Nacional. A federação PP-UNIÃO é uma das maiores bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
A decisão pode estar relacionada à preparação para as eleições de 2026, com os partidos buscando maior autonomia e distanciamento do governo federal diante das pesquisas eleitorais.
A saída dos ministros e de outros ocupantes de cargos no primeiro e segundo escalões deve provocar uma reconfiguração imediata no governo, que precisará realocar as pastas entre os partidos que permanecem na base aliada.
O Palácio do Planalto ainda não se manifestou oficialmente sobre o rompimento.
Texto: jornalista Judson Lima