SEGURANÇA – A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira no Rio de Janeiro um mandado de prisão temporária contra o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Rio-2016 Carlos Arthur Nuzman em decorrência da Operação Unfair Play. O dirigente foi detido durante a manhã em sua residência no Leblon.
Além de Nuzman, outro mandado de prisão foi expedido contra Leonardo Gryner, diretor geral do comitê da Rio 2016 e braço direito de Nuzman no COB. Ele foi detido em sua residência nas Laranjeiras.
A operação, batizada de Unfair Play, é um desdobramento da Lava Jato e investiga compra de voto e pagamento de propina na escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016. Ela foi deflagrada há exatamente um mês com mandados de busca e apreensão contra Nuzman.
O presidente do COB é apontado como suspeito de intermediar a compra do voto do representante do Senegal no Comitê Olímpico Internacional para a escolha da cidade do Rio de Janeiro. Para os procuradores, Nuzman é “figura central nas tratativas”.
MPF, qualquer menção de que o presidente do COB tenha enriquecido ilicitamente ou tenha ele recebido propinas.
O MPF ainda promete investigar “movimentações suspeitas” nas contas do COB. Uma análise de um relatório de inteligência financeira do COAF mostra que, entre janeiro de 2014 e abril de 2015 foram sacados R$ 1,4 milhões em espécie das contas do COB.
A investigação contou com a colaboração do MP francês. Inicialmente, os procuradores franceses apuravam caso de doping no atletismo. A partir da denúncia de um antigo opositor de Nuzman no COB, o MP da França descobriu existência de um esquema de compra de votos, acionando a Polícia Federal brasileira para cooperação na investigação.