MPSC pede prisão de ex-deputado João Pizzolatti por descumprir medida judicial
POLÍTICA – O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu a prisão do ex-deputado federal João Pizzolatti por descumprimento de medida cautelar. Ele teve a carteira de motorista suspensa após provocar um acidenteno ano passado e ficou proibido de dirigir até o julgamento da questão, mas o carro dele continua acumulando multas.
A defesa da Pizzolatti afirmou que vai aguardar a decisão da Justiça sobre esse pedido do MPSC, mas que não vê razões para a decretação da prisão preventiva.
Em dezembro de 2017, o carro dirigido por Pizzolatti invadiu a pista contrária na SC-421 em Blumenau, no Vale do Itajaí, e atingiu dois automóveis. Na época, ele admitiu que estava bêbado. Um homem ficou gravemente ferido e precisou fazer 11 cirurgias.
Manifestação da promotoria
A 1ª Promotoria de Blumenau já tinha denunciado Pizzolatti por tentativa de homicídio e embriaguez ao volante. Oficiais de Justiça até agora não conseguiram encontrar Pizzolatti tanto no processo criminal quanto no processo em que a vítima do acidente pede indenização.
Para a promotora de Justiça Luciana Schaefer Filomeno, fica evidente que o ex-deputado quer se ocultar das responsabilidades, revelando descaso com o processo na Justiça.
A promotora defende que a prisão preventiva se mostra mais do que necessária para garantir a aplicação da lei.
Atualmente, Pizzolatti é auditor-fiscal do estado. A Secretaria de Estado da Fazenda não se manifestou após a reportagem em que o chefe dele diz desconhecer qualquer processo interno que avalie a conduta do servidor público.
Multas
As multas do carro de Pizzolatti já ultrapassam o limite permitido: somam 28 pontos só este ano. Uma por dirigir falando ao celular e outras cinco por estar acima da velocidade.
Em uma das vezes, o carro de Pizzolatti foi flagrado em Timbó, no Vale do Itajaí, quando ele já estava com a carteira suspensa.
O veículo que tomou as multas nem poderia estar rodando, segundo o cadastro do Departamento Nacional de Trânsito (Detran): há uma ordem judicial que impede a circulação.
Mas, depois dessa determinação, o carro de Pizzolatti ainda tomou 13 multas, seis delas depois do acidente, em que ele admitiu ter bebido antes de dirigir.