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Historiador Rodeense Gabriel Dalmolin publica livro ‘A Sociedade da Capela’

Por Richard Ferrari

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RODEIO – Quem nasceu e cresceu, ou quem mesmo veio morar em nossa região vindo de outros lugares tem uma certeza ao conhecer a dinâmica de nossas comunidades: elas tiveram (ainda tem) uma grande influência de suas Capelas. Entre as Comemorações do padroeiro e ações sociais, as comunidades de igreja desempenham um papel fundamental, principalmente no interior das cidades. Em Rodeio, o historiador Gabriel Dalmolin resolveu estudar como, nos povoados de Ascurra, Rio dos Cedros e Rodeio, principalmente, as diferentes etnias vieram e viveram junto com os italianos, que eram a maioria nestas cidades, em sua obra “A Sociedade da Capela: Trabalho, fé e educação no povoado de Rodeio (1883-1904)”.

Foto:Reprodução

O livro retrata como viviam os imigrantes poloneses e luso-brasileiros, além dos povos indígenas, e a sua relação com a comunidade italiana do local. “Com essa pesquisa, procurei desmistificar algumas questões da “história oficial” das cidades de Rodeio, Ascurra e Rio dos Cedros”, explica o autor.

 O conteúdo deste livro é fruto da monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso para a graduação em História, no ano de 2018, sob a orientação da professora Cristina Ferreira, na Universidade Regional de Blumenau (FURB). A publicação dele foi viável através de uma parceria entre a FURB, sua editora (EdiFurb), e a Prefeitura de Rodeio, através da Secretaria da Educação e da Diretoria de Cultura e Turismo.

O Lançamento oficial da obra estava marcado para o dia 19 de março, quinta-feira, no Centro Cultural de Rodeio. Porém, por conta da pandemia do Covid-19, o evento foi suspenso. Mesmo assim, Gabriel já iniciou as vendas do livro.

Um exemplar do livro “A Sociedade da Capela” custa R$ 20,00 e pode ser adquirido em alguns pontos de nossa região, como na Secretaria das Paróquias de Rodeio, Ascurra, Doutor Pedrinho e Santa Maria (Benedito Novo), além das papelarias A&J (Rodeio) e Papelex (Ascurra). Se preferir, ele também pode ser adquirido diretamente com o autor a partir do Whatsapp (47) 988851137 e enviado pelos Correios para qualquer cidade do Brasil.

SOBRE O AUTOR

Gabriel Dalmolin

Gabriel Dalmolin possui graduação em História pela Universidade Regional de Blumenau (2018). O livro é fruto de uma parceria estabelecida entre a Prefeitura Municipal de Rodeio e a Universidade Regional de Blumenau. Tudo começou em julho de 2019 quando o autor conversou com o prefeito de Rodeio, Paulo Roberto Weiss, propondo a publicação da monografia no formato de livro. Entre agosto de 2019 e janeiro de 2020, foram feitas as adequações necessárias para a transformação do trabalho em livro. A abordagem se caracteriza em uma análise inédita do que se refere ao cotidiano dos imigrantes de fala italiana em nosso estado, pensando esses emigrados como sujeitos ativos de sua história. Ao longo de 2019, em paralelo ao processo de escrita do livro, com a participação da Secretaria da Educação e da Diretoria de Cultura e Turismo, o autor propôs palestras com os resultados da pesquisa nas escolas Osvaldo Cruz, Santo Antônio e Benjamin Galotti, como uma contrapartida e retorno social do pesquisador pela parceria com o Poder Executivo de Rodeio. O livro que ora se apresenta vem acrescentar importantes considerações à história da região do Vale do Itajaí.

SINOPSE DA OBRA

Foto:Reprodução

O livro intitulado “A Sociedade da Capela” discute sobre as diferentes etnias, como os poloneses, os luso-brasileiros e os indígenas, que viviam e conviviam com os imigrantes majoritariamente “italianos” no povoado de Rodeio, entre 1883 e 1904. A própria “italianidade” destes sujeitos é colocada em xeque, uma vez que a grande maioria era oriunda do Tirol Meridional e, portanto, eram súditos do Império Austro-Húngaro.  Este trabalho visa perceber estas comunidades que se instalaram na paróquia de Rodeio como uma “sociedade da capela”, onde o espaço do templo religioso servia como laço de interação entre as famílias, tanto por meio de celebrações e festividades dominicais, como por intermédio das escolas e da catequese. A pesquisa possui uma abordagem inovadora sobre o tema de imigração no Vale do Itajaí e fundamenta-se na História Social para compreender os emigrados como trabalhadores do campo, com base na metodologia de pesquisa denominada Micro-História, ao fazer conexões entre a escala micro e macro, integrando a localidade de Rodeio com Santa Catarina e o Brasil, a partir da análise de diferentes fontes históricas, tais como crônicas eclesiásticas, livros comemorativos, periódicos, estatutos, entre outros documentos inéditos na historiografia local. As trajetórias do anarquista Giovanni Rossi e do padre Lucínio Korte visaram problematizar a relação entre os imigrantes e o clero franciscano, muitas vezes conflituosa, percebendo um entrelaçamento tênue associado ao florescimento das cooperativas agrícolas e da educação na região. Nos diferentes eixos abordados percebemos um elemento comum pautado no fortalecimento da economia local do clero e dos fiéis para a escolha das capelas que deveriam ser construídas e nos conflitos voltados à manutenção dos ideais nacionais dos italianos. As “sociedades da capela” tinham a cultura agrícola, a religiosidade e a educação como eixos principais, enquanto as diferentes estratégias elaboradas em reciprocidade demonstravam a capacidade de autonomia dos sujeitos, elevando o debate sobre as sociedades humanas para contornos e especificidades voltados às escolhas dos próprios agentes da História.

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