Roubo do INSS: Oposição derrota base governista e elege presidente para CPMI 

Carlos Viana derrotou Omar Aziz por 17 votos a 14; presidente da CPI rejeitou indicação de Hugo Motta e escolheu novo relator. Comissão vai investigar desvios em aposentadorias que podem somar R$ 6 bilhões.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

POLÍTICA – Em um revés para a articulação do governo no Congresso, a oposição conseguiu eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga desvios na Previdência Social. A votação, que precisou ser realizada em cabines devido à falta de consenso, ocorreu nesta quarta-feira (20) e resultou em 17 votos para Viana contra 14 do candidato apoiado pela liderança governista, o senador Omar Aziz (PSD-AM).

A indicação de Aziz foi feita pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mas foi imediatamente contestada por parlamentares da oposição, que são os principais articuladores da criação da CPI. O grupo argumentou que, por terem sido os proponentes da investigação, a eles caberia o comando dos trabalhos. Sem um acordo para que a eleição fosse simbólica, a disputa foi resolvida por voto secreto.

A CPMI do INSS tem a missão de apurar um suposto esquema de roubo de mais de R$ 6 bilhões dos cofres da Previdência, valor que foi desviado por meio de uma organização criminosa especializada em fraudar benefícios de aposentadoria e pensão por morte, lesando milhares de cidadãos.

Após ser eleito, o senador Carlos Viana já deu sua primeira cartada: rejeitou a indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para a relatoria da comissão. Em seu lugar, Viana anunciou o nome do deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL) para ser o relator da investigação, aquele que terá a tarefa de conduzir os depoimentos e redigir o relatório final com as conclusões e possíveis indiciamentos.

A comissão mista será composta por 32 parlamentares, sendo 16 senadores e 16 deputados federais. A expectativa é que os trabalhos comecem em breve, com a convocação de suspeitos e autoridades para prestar depoimentos.

Texto: jornalista Judson Lima

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